Ted Lasso termina com três temporadas praticamente perfeitas | Crítica
Série da Apple TV+ conquistou fãs de futebol - e até aqueles que não gostam do esporte
Ted Lasso chegou ao fim para tristeza dos fãs, mas encerrou de forma digna três temporadas incríveis e divertidas. Com uma energia contagiante, a série liderada por Jason Sudeikis dá sinais de cansaço no final, mas ainda se mostra capaz de proporcionar momentos extremamente engraçados e, ao mesmo tempo, emocionantes. O mais importante é: a série terminou na hora certa!
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Dito isso, palavras não são suficientes para descrever o quão agradável e envolvente foi a experiência de assistir a essa série completa. O bom encerramento na terceira temporada a consolidou como a melhor produção lançada pelo Apple TV+.
Terceira temporada emotiva
Na trama da última temporada, o clube AFC Richmond, uma pequena equipe de Londres, conseguiu retornar à Premier League, mas Ted precisa lidar com as pressões no trabalho, lutar com seus próprios problemas pessoais, enquanto Rebecca (Hannah Waddingham) está focada em derrotar Rupert, seu ex-marido e dono do West Ham, a todo custo.
Mais do que nunca, a série nos dá esperança ao mostrar um tipo de líder cada vez mais necessário no mercado de trabalho. Ted é verdadeiro, preocupado com seu time, capaz de perdoar erros, de gerar resultados ao fazer sua equipe acreditar, como ele acredita.
Quando ele decide seguir com sua vida, vemos uma transformação tanto do treinador quanto do clube, à medida que Ted enfrenta seus fantasmas do passado. Até por isso, a terceira temporada é um pouco mais dramática. Isso não chega a ser surpresa, afinal Ted Lasso sempre foi mais do que “apenas” uma comédia e o final vai fazer você rir, chorar e muitas vezes fazer os dois ao mesmo tempo.
Com reviravoltas ao longo do caminho, a série mostra que a crença inabalável de Ted começa a mostrar sinais de falha e o treinador passa a refletir ainda mais sobre sua vida. Criando um tipo de catarse, a produção mostra como relações de trabalho podem ser mais leves e como conexões verdadeiras resistem a tudo. Sem falar que, em termos de história, tudo faz bastante sentido e cada um dos personagens possui um desfecho justo.
Além do carismático Ted, o brilhante elenco de personagens continua a desempenhar um papel fundamental no apelo da série. A série reforça a humanidade dos personagens mais amados e até mesmo alguns vilões tem seus momentos de redenção, como esperado, enquanto outros simplesmente têm o que merecem, para alegria de quem acompanhou os dramas dos integrantes do AFC Richmond ao longo da série.
Final justo
A nova temporada aprofunda temas complexos, tratados com maestria pelos talentosos roteiristas, mas traz um novo desafio: todos começam estão espalhados. Keeley Jones (Juno Temple) está focada em sua agência de relações públicas, enquanto Nate Shelley (Nick Mohammed), que caiu para o lado sombrio na última temporada, luta para levar o West Ham à vitória.
Mesmo os jogadores e treinadores do Richmond passam pelo mesmo, lidando com seus problemas pessoais, mas tudo isso acontece para que todos possam evoluir e, no fim, se aproximarem de maneiras diferentes.
É interessante ver Lasso finalmente estabelecer limites, ainda mais porque a terceira temporada amarra tudo de forma coerente, dramática, sem deixar de ser leve e engraçada, um elogio justo para uma série divertida e capaz de agradar do começo ao fim.
Com um roteiro afiado, atuações brilhantes e uma direção impecável, vale a pena mergulhar de cabeça em Ted Lasso, pois a série oferece uma combinação perfeita de elementos que garantem uma experiência inesquecível. Desde um humor de bom coração até uma envolvente história de azarões, cada episódio nos presenteia com atuações marcantes e uma dose irresistível de palavrões britânicos.
Haverá uma quarta temporada?
Jason Sudeikis já havia revelado em entrevistas que a produção havia planejado exatamente três temporadas. Assim, toda a narrativa foi concebida com um desfecho programado para essa última leva de episódios.
“Este é o fim da história que queríamos contar, que esperávamos contar, que amamos contar”, afirmou o artista em entrevista ao site Deadline. “O fato de que as pessoas vão querer mais e estão curiosas além do que ainda não sabem, ou seja, a terceira temporada, é incrível. Talvez, até 31 de maio, quando todos os doze episódios forem ao ar, eles pensem: ‘sabe, nós entendemos, está tudo bem, não precisamos de mais’. Mas até lá, eu apreciarei essa curiosidade além do que já criamos até aqui”, complementou.
No entanto, devido ao enorme sucesso de Ted Lasso, existe a possibilidade de a Apple TV+ continuar a série ou até mesmo criar um derivado. Segundo o Deadline, Lias Katler, produtora da obra, acredita que a história possa prosseguir, mesmo sem Sudeikis. “Nós não sabemos. Esperamos que continue. Inicialmente, planejávamos apenas três temporadas, mas agora a possibilidade está em aberto”, disse ela.
Com isso, embora seja um fato de que a produção terminou na hora certa, fica um gostinho de que o AFC Richmond pudesse ter mais histórias contadas – talvez em derivados ou outros formatos, explorando vários dos personagens que aprendemos a amar.
Todas as temporadas de Ted Lasso estão disponíveis na Apple TV+